JIU JÍTSU NA MEMÓRIA


Ao abrir um periódico especializado em lutas, nas seção de cartas do mês, tive a grata satisfação de ler uma correspondência de um integrante da equipe de um grande amigo meu no Piauí. O mesmo cita sobre o excesso dos esforços e aulas voltadas para o Jiu Jítsu esportivo e questiona por onde anda a arte essência, o que aconteceu com os ensinamentos deixados pelos Mestres Carlos e Hélio Gracie? E chega  ainda mais longe, sugere que lutadores atuais ainda desconheçam que foram tais Mestres! Para o mesmo, isso tem sido fator determinante para o que ele chama de “...fiasco num combate real ou no MMA”.
  
Com certeza, o que podemos notar nos dias de hoje é o avanço nos incentivos à profissionalização do Jiu Jítsu e logo tem se investido na massificação do esporte, com grandes competições de altíssimo nível e muito bem patrocinadas, com grandes premiações e isso é o que tem sido a grande ferramenta, a aposta de maior valor dos órgãos competentes e responsáveis por promover e difundir da Arte Suave no mundo moderno. Mas as academias devem se preocupar ainda mais do que nunca em não deixar que todo o esforço dos nossos antepassados caia no ostracismo, assim é necessário que professores, se preocupem em ensinar em ensinar quem foram os homens que fizeram todo isso acontecer, a causa e os causadores de estarmos no nível em que nos encontramos hoje, logo aplicar exames de faixas nas academias é tão importante (ou mais) para avaliação de nível do que simplesmente olhar se o atleta é campeão ou não. Aulas de defesa pessoal devem estar nos planos de aula de qualquer escola de Jiu Jítsu por menor que seja, bem como aulas de quedas ou seja técnicas de projeções (como as vistas no judô), assim preservaremos os ensinamentos deixados pelos grandes mestres.
     
Grande abraço
   “Uma vez DBK...DBK para sempre!”
RICARDO COSTA
(FAIXA PRETA DBK 2º GRAU)
             

A REDE SOCIAL E SUA INFLUÊNCIA SOBRE A NOVA GERAÇÃO DO JIU JÍTSU


No último fim de semana, encerrou-se mais um Campeonato Pan Americano de Jiu Jítsu da IBJJF na Califórnia - EUA. Como não poderia deixar de ser, um show à parte no mundo esportivo. Grandes combates, lutas de superação, de confirmação e algumas de decepção.
     Parabéns a todos aqueles que lá estiveram e botaram seu Jiu Jítsu a prova em uma competição de altíssimo nível. Hoje passado uma semana e revendo os vídeos das lutas, analisando movimento à movimento sem deixar a emoção dos movimentos plásticos produzidos por esses artistas da luta, principalmente se um desses for um amigo ou um atleta o qual simpatizamos, fica mais claro notar que muitos dos movimentos que continuam a ganhar as lutas são aqueles aprendidos nos ensinos de base. Infelizmente algo que parece pouca gente consegue perceber, pois, os grandes campeões em lances isolados e diga-se de passagem de GENIALIDADE, produzem movimentos e posições (golpes) que encantam e algumas vezes até viram uma luta,  daí chamam a atenção das novas gerações de faixas brancas e azuis que tem acesso a internet e estes acham que estas seriam a grande posição “milagrosa”, a salvação para o seu simples e iniciante Jiu Jítsu, mas o que eles não alcançam é que, para que as estrelas faixas marrons e pretas cheguem aquele ponto de produzir posições as vezes espetaculares, se faz necessário: 1) Muito treino disciplinado; 2) Muitas posições básicas repetidas e bem-feitas; 3) Foco num objetivo e logicamente 4) Lampejo de um gênio. 
     Por isso, devemos ter muito cuidado com que ouvimos e assistimos, principalmente nas redes sociais, estas que foram com certeza o maior avanço que o ser humano já conquistou em matéria de informação mas, não devemos esquecer que nada pode substituir a experiência e feeling  dos professores, mestres e companheiros mais experientes. Assim como o processo de graduação ou o processo natural da vida de andar, etapas tem que ser respeitadas e vividas e assim devemos sempre sermos nós mesmos construindo e produzindo a nossa história, nos motivando e incentivando pelos grandes astros do Jiu Jítsu mas sem esquecermos que não somos eles.
Grande abraço.
“Uma vez DBK...DBK para sempre!”
RICARDO COSTA
(FAIXA PRETA DBK 2º GRAU)