BUDÔ: “O CAMINHO PARA GUERRA” – Parte 1

“Conhecer-se é dominar-se e dominar-se é triunfar”
Shihan Jigoro Kano





     Um bom professor de Artes Marciais, um grande líder de equipe ou até mesmo um honrado lutador, deveria ter em mente que as artes marciais japonesas (Ex. jiu-jítsu, judô e Karatê) seguem rígidos códigos e que os mesmos foram criados e desenvolvidos com o propósito de garantir a identidade e sobrevivência destas artes.



      Infelizmente, no mundo moderno Ocidental, muitos desses códigos são negligenciados e/ou esquecidos. Talvez por desinformação, simples descaso, ou até mesmo a diferença cultural existente entre povos e gerações.




       Para reforçar, ajudar e informar se faz necessário que nos reportemos à história das artes marciais japonesas e possamos dividi-la em três grandes períodos: BUJITSU, BUGUEI e o BODÔ

       O primeiro período, BUJITSU, começa nos primórdios da civilização japonesa e vai ate o século VIII, caracterizando-se por lutas tecnicamente primitivas, devido às constantes batalhas que o povo travava. Em virtude de essa época o Japão ter um maior contato com a cultura chinesa, isso favoreceu a difusão do budismo, vindo às artes marciais dessa época ter sofrido grande influência das técnicas de lutas dos monges budistas chineses.

       Face essa influência da cultura chinesa no Japão, as habilidades nas artes marciais passam por um período de desenvolvimento, e como conseqüência começa a adotar um sistema hierarquizado, seguindo o modelo de castas militares. As escolas começam a tomar formas próprias, com técnicas e estratégias de combates singulares. Ai começam a surgir os estilos (Ryus), com organização própria e que se da o nome de BUGUEI, que vai até o final do século XVI.

        Com o advento da Era Tokugawa (século XVII), o Japão passa por grandes transformações, é chagada a Era Industrial e com isso o país passa por uma fase onde se lutaria por um desenvolvimento econômico deixando assim de lado as guerras e combates corpo-a-corpo. O BUGUEI  passa aí a ser utilizado como Educação Física e Mental e não somente com fins de combate real. Desenvolvem-se Katas para o aperfeiçoamento próprio, para o fortalecimento e engrandecimento do Ser.  Já não havia mais razão para lutas militares. Como citado por Jigoro Kano: “Luto para me aperfeiçoar e não me aperfeiçôo para lutar”.

         Passa-se a treinar exaustivamente para atingir o grau máximo de perfeição em cada arte marcial. Alcança-se assim, o ideal de dominar o adversário sem o destruir, de conter o espírito da agressão. É o que Miyamoto Musashi fala do ‘’vazio’’. Esse movimento e a essência das artes marciais: é o denominado BUDO. É a técnica aplicada à filosofia ou a filosofia aplicada à técnica.

          Por isso, a meta do praticante de Artes Marciais é atingir o máximo de perfeição pessoal, esportiva e profissional. Nunca deve estar contente com o estágio Físico e Mental que se encontra, sempre é preciso saber identificar uma “Zona de Conforto” e ultrapassá-la. Luta-se consigo mesmo para prosseguir no caminho da conquista do mais alto grau de perfeição.

         Grande abraço a todos!

         Oss

         Lembrem-se: “Uma vez DBK... DBK para sempre”

Ricardo Costa de Souza

(Faixa Preta 1º Grau DBK / CBJJE 5366-1 / CBJJ 7974 / CREF 1374 G-Ce)







      

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