“Quando
verificares, com tristeza, que nada sabe, terás feito teu primeiro progresso no
aprendizado” (Jigoro Kano)
Ao
ler um artigo de meu amigo “Xande” Ribeiro, logo me veio à memória as palavras
do Mestre Rickson Gracie em um seminário que tive a honra de participar
em Manaus em Dezembro de 2011. Ambos deixaram bem claro que muitos lutadores de
nossa Arte Suave, talvez devido à evolução do esporte, tem se preocupado muito
com um Jiu Jítsu de movimentos complexos, difíceis. Nada de errado com estes,
porém, esquecem ao ministrarem seus seminários, que nem a todos tais
“malabarismos” são adequados, além disso, talvez esses jovens, naturalmente com aquele espírito imediatista
não se lembrem que seus corpos (como tudo no mundo) irão sofrer a ação do tempo
e, portanto fica a grande questão: Será que aos 40, 50, 60 anos conseguirão
executar tais manobras com eficiência? Ou ainda, será que seu Jiu Jítsu
suportará ao tempo?
Sabemos que os jovens têm como
características a impaciência, a inquietude e a enorme capacidade de querer
antecipar as coisas. Mas no caso de nosso Jiu Jítsu, a queima de etapas é um
negócio perigoso. Quando vemos faixas brancas ou azuis mais preocupados em
realizar posições mirabolantes e finalizações que a nível esportivo só é
permitido aos faixas pretas sem ter ainda uma consciência corporal adequada e
um controle de seus movimentos é de se parar e pensar: Para aonde estamos
conduzindo nossa Arte Marcial? Outra observação é com relação ao ensino de
base, onde muitos por achar que já são “donos” e “mestres” de uma Arte Milenar
aonde se levam quase que uma vida para alcançar a plenitude resolve que não
fazer um bom aquecimento ou um aquecimento adequado, pular ao treino dos
exercícios educativos (famosas “escolhinhas”) e não de repetir os golpes
(posições) inúmeras vezes para os dois lados por achar que já dominam a
posição, estes simplesmente chegam atrasados e querem apenas lutar, como
dizemos em uma de nossas várias gírias, “rolar”! O problema estaria residindo
no fato de que quando se é jovem, ao corpo deste quase tudo é permitido, porém,
com o passar do tempo e logicamente dos anos tais atitudes poderão afetar não
só no desempenho físico, como também no desempenho técnico, aonde mente e corpo
não se apresentam em sintonia, em equilíbrio, a chance de haver uma saturação
ou perda da capacidade de resposta imediata é enorme. Talvez por isso, tenhamos
muitos companheiros abandonando nosso Jiu Jítsu no auge da forma física, ou
grandes campeões que ao atingirem a categoria máster e sênior não apresentem o
mesmo desempenho que em categorias anteriores.
É muito bom quando temos um ensino de
base forte, um Jiu Jítsu fácil, simples e eficiente, que nos acompanhe por anos
e que os mais jovens reconhecem e sintam um misto de prazer e honra ao lutar
conosco e o principal, muito ensinamento a ser transmitido. Na DBK, dentre nossa
doutrinas, está a TÉCNICA:
“Estar na DBK, é treinar incansavelmente a procura
da perfeição, ater-se ao detalhe, é se aprimorar físico e mentalmente a cada
dia, repetir cada golpe, cada movimento, cada ação como se fossa última vez.“
Até a próxima e lembrem-se,
“Uma vez DBK...DBK para sempre!”
Grande abraço!
Ricardo Costa de Souza
(Líder DBK Faixa Preta 2º Grau)
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